Alado, embalado no escuro do quarto, silêncio e ruídos gladiam em mim…
Minhas noites vazias, vadias há dias…
Imploram a presença divina alfim…
A ponto de uivar pela noite obscura…
Por tanto chorar no limiar da loucura …
De que me adianta a matéria escura, a lama dos ossos do ofício, a mucura…
Se o amado não brilha como um sol, pra mim…
Ouço o calado limiar das almas…
No entanto, entre cantos o bater das palmas
Evocam um manto de aurora sublime …
Banhando meu corpo, meu trépido crime.
De querer existir com os teus serafins…
Por súbito golfadas de gozo celeste
No entanto o receio de que isto amoleste
O que é puro, ou se é sujo em meu corpo, esta veste…
De minhalma, meu torso, enebriante cauim
Por tanto enebriar nesse farto delírio…
Minha busca, o encontro, meu sólito tírio…
Nem sei se me vale dizer que o colírio dos olhos é te ver em meu baco-festim.
Sobre o Autor
Pavitra Shannkaar é autor e escritor em ética, espiritualidade e autoconhecimento, também é terapeuta transpessoal, cantor e compositor da banda Ungambikkula, além de ser presidente da Cooperativa Cultural e Artística Ungambikkula. Autor do livro "Raiz das Estrelas".