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A Força do Mito

As pessoas confundem, ao mostrar a língua, Ela não está aterrorizando, está reconhecendo o amor que sente…
Na dificuldade de controlar o frenesi do corpo, só lhe resta promover a própria dor mordendo a língua para conter o impulso destrutivo…
Por isso o controle da boca é fundamental para vários lados. A boca abençoa, a boca destrói. Para dentro e para fora…

A FORÇA DO MITO…

Minha mãe divina Durga Kali. 💗

Houve uma remota passagem da natureza dos mundos, consta num shastra, sagrada escritura hindu, em que os demônios se autoproclamaram os donos dos mundos. Destruindo, gerando caos e sofrimento, eles, seguiam à revelia, manifestando a história da arbitrariedade, o uso abusivo de poder, violência, iniquidade, capricho e despotismo.

Mahishasura havia recebido um dom, em virtude de suas austeridades praticadas, realizadas, o estranho sim de, a cada gota de sangue derramado, outro demônio em igual poder a ele renascia.
Confluído e extremamente reforçado por esse estranho poder sobre a vida e a morte, Mahishasura dominou os mundos.

Shiva, encontrava-se absorto em sua profunda meditação de renovação de tudo o que há, quando foi admoestado por seus dois divinos irmãos, Brahma, o da criação do universo e Vishnu, o da manutenção do universo, com a preocupação do irreversível mandato.

Profundamente preocupados, eles diziam : – Mahishasura com sua arriscada façanha adquirida, está levando tudo a cabo de sofrimento, destruição e morte, nós não o conseguimos parar…
Ao que Shiva, em toda sua grandeza e serenidade respondeu: – Calma, vou lá.

"Ela, a Kali, em toda a sua grandeza e poder, não é a Deusa da Morte, mas, a vitória do bem sobre o mal."

Semicerrou os olhos e prosseguiu em profunda meditação, quando de seu chacra frontal, surgiu a Deusa Durga. Armada para o campo de batalha em sua sagrada montaria, o tigre, ela rumou em direção a luta com todo o seu esplendor, beleza e divindade; e a guerra prosseguiu. Durga, avançou destruindo toda a iniquidade, a ponto de perceber que por mais delicadeza que usasse para gerar precisão e velocidade a seus golpes cometidos, sempre outro igual Mahishasura, com todo o poder de maldade renascia para aquele reinado de trevas. Mas, Durga, concentrada em seu eterno devir seguiu perfeita, até que de seu frontal novamente, desdobrou-se para Kali, a terrífica. Num surto catártico de dança da morte, Kali desembrulhou-se para a realização súbita e infalível, de seu derradeiro objetivo. Fadada em seu tórrido frenesi, a desintegradora azáfama que conduzia tudo a um término de poeira, voltou a preocupar os irmãos.: – E agora? Desse jeito o universo vai aluir…
Shiva então abriu os olhos e disse: – Vou lá.

Contudo, já no campo de batalha, Shiva deitou-se aos pés da Deusa Kali e aguardou até que em meio aquela forma da destruição, Kali reconheceu nele o ser amado. Com força mordeu e serrilhou a própria língua para conter a fúria devastadora e tudo parou… o amor voltou a reinar.
Ela, a Kali, em toda a sua grandeza e poder, não é a Deusa da Morte, mas, a vitória do bem sobre o mal.

Pavitra Shannkaar autor autoconhecimento e espiritualidade

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Pavitra Shannkaar autor em autoconhecimento e espiritualidade

Sobre o Autor

Pavitra Shannkaar é autor e escritor em ética, espiritualidade e autoconhecimento, também é terapeuta transpessoal, cantor e compositor da banda Ungambikkula, além de ser presidente da Cooperativa Cultural e Artística Ungambikkula. Autor do livro "Raiz das Estrelas".

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