Se esse torpe mundo sujar as mãos vazias…
Esquecendo de si pelas noites tardias…
E se na sofreguidão hedionda, regurgitar as vorazes magias…
Seguirei dentro, em mim
o meu divo bastir…
Quando nada mais restar entre o Céu e a Terra, ainda assim estarei aqui para sentir…
Serei o hálito errante e divino, como o álamo dourado, nas vísceras das liberdades…
Estarei nos espaços sagrados entre as vagas realidades…
No silencioso pulsar, sim/não, do meu coração…
Onde tudo acalma para poder decidir…
No calado-surdo e sélfco movimento…
Onde as tramas do devir acolhem o puro alento…
Nada que me tome como um simples argumento…
Cabe, para aonde devo seguir…
"Quando nada mais restar entre o Céu e a Terra, ainda assim estarei aqui para sentir..."
Texto por Pavitra Shannkaar
Ainda que eu não tenha mais voz para cantar…
E se aqui não haja mais coração para pulsar…
O bater das asas, que não me entornem mais para voar…
O amor em mim arderá como chama vívida, que a tudo purifica para resistir…
Mas as vidas que seguem ainda mesmo sem corpos…
A Zina que até zomba dos próprios mortos…
Fulgurante clamor que atraca nos livres portos…
Preciosa trança que mira, afirmando que sim…
Trago no alento sublime de minha respiração…
A fuga imaginária da maravilhosa canção…
Que a parte mais íntima de mim exorta, através da solidão…
Para misturar-me em Ti
no eterno momento, o agora sem fim.
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Sobre o Autor
Pavitra Shannkaar é autor e escritor em ética, espiritualidade e autoconhecimento, também é terapeuta transpessoal, cantor e compositor da banda Ungambikkula, além de ser presidente da Cooperativa Cultural e Artística Ungambikkula. Autor do livro "Raiz das Estrelas".