A profundidade existe para ser respeitada.
Ela é acessada com dificuldades, porque precisa permanecer em silêncio, e com isso dar sustentação à estrutura das coisas… Ao acessar o abisso, assuma o papel de aprendiz, observe com o olhar estupefacto, tal uma criança que foi pega de surpresa, assim como um primeiro contato com as ondas do mar…
Profundidade é a sabedoria da história, ali permaneceu por milhares de anos, até que veladamente decantou-se para nos apoiar, surpreender.
Não se deve acessar o avernal, discorrer sobre ele e em seguida agir como se você o dominasse. Não se deve acessar o abismo, e seguir como se não fosse tocado, a sabedoria não compete, ela reverencia o sagrado ancião e a tenra criança.
Quando a dicotomia se avizinha, não é tempo de celebração mas, sazão para o alerta.
Não se barganha com a eternidade, você se alinha. Um mortal não obtém a estrutura das coisas, ele pertence.
Acessar uma sabedoria do Eterno e usá-la para um intuito de competição, de autoafirmação pueril, vai deixá-lo estarrecido, quando a dança da vida fizer a volta para comprovar e você não estiver lá.
"Profundidade é a sabedoria da história, ali permaneceu por milhares de anos, até que veladamente decantou-se para nos apoiar, surpreender."
Texto por Pavitra Shannkaar
Sobre o Autor
Pavitra Shannkaar é autor e escritor em ética, espiritualidade e autoconhecimento, também é terapeuta transpessoal, cantor e compositor da banda Ungambikkula, além de ser presidente da Cooperativa Cultural e Artística Ungambikkula. Autor do livro "Raiz das Estrelas".